O Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, visitou no domingo e na segunda-feira os militares portugueses na Lituânia e não deixou de elogiar a dedicação e o profissionalismo demonstrado no cumprimento da missão. Mais de 250 militares portugueses contribuem, por estes dias, na Lituânia, para a promoção da segurança colectiva e da defesa da Europa, respeitando os compromissos assumidos pelo Governo junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Actualmente, encontram-se em território da Lituânia três forças nacionais, a saber: uma companhia de Fuzileiros com 140 militares aquartelados na cidade costeira de Klaipedia e, um destacamento da Força Aérea na Base de Siauliai com duas forças distintas: uma constituída por 84 militares operam quatro aeronaves F-16 e outra, formada por 30 militares, uma aeronave P-3CUP+.
“Portugal dá um sinal muito claro do seu empenhamento na segurança e paz colectivas e a natureza desta força permite que ela rapidamente actue em terra com as forças especiais, e permite que interaja com diferentes unidades deste país, o que é algo que representa uma vantagem, sabendo-se, ainda por cima, que está instalada no único porto da Lituânia”, afirmou o Ministro da Defesa Nacional, durante a visita à companhia de Fuzileiros.
“A Força Aérea desempenha uma função muito importante num contexto securitário degradado, na medida em que o número de contactos com aeronaves potencialmente adversárias aumentou durante o ano passado”, acrescentou o Ministro da Defesa na Base Aérea de Siauliai.
“Para detectar estas aeronaves é necessário muita competência, muita dedicação e um nível de prontidão que, felizmente, a nossa Força Aérea tem demonstrado plenamente”, acrescentou o Azeredo Lopes momentos antes de regressar a Portugal.
Fuzileiros em Klaipedia
É a primeira vez que Portugal contribui para o esforço colectivo da NATO, no quadro das Medidas de Tranquilização através do emprego de uma companhia de Fuzileiros.
A presença desta força comandada pelo Capitão-Tenente, Esquetim Marques, entre 15 de maio e 15 de Setembro deste ano, permite demonstrar a o coesão e esforço de defesa da NATO, consubstanciado pela realização de exercícios Militares com forças Lituanas e/ou outras forças internacionais presentes no território.
Para além da estrutura de comando (cinco militares, incluindo um oficial médico e um oficial de finanças) a Força Nacional Destacada de Fuzileiros é constituída por uma componente modular (dois pelotões de atiradores e um apoio de combate e assalto anfíbio perfazendo 117 fuzileiros) e por uma componente de acções especiais (18 fuzileiros do Destacamento de Acções Especiais).
A participação desta Força contempla diversas atividades operacionais e em exercícios combinados e conjuntos, de modo a incrementar a interoperabilidade entre as forças presentes, bem como promover a capacidade dos Aliados em demonstrar de forma efetiva a prontidão da NATO em responder a potenciais ameaças aos seus membros.
As suas principais características, nomeadamente a sua prontidão e modularidade, às quais se adiciona o seu carácter diferenciador enquanto força de matriz anfíbio, permitem a actuação em vários domínios, daí que tenham sido efectuadas e planeadas interações com todos os ramos das Forças Armadas lituanas e com diversas unidades, numa afirmação de credibilidade e de capacidade.
F-16 e P-3CUP+ em Siauliai
O destacamento da Força Aérea na base de Siauliai, comandado pelo Tenente-Coronel Luís Silva, é composto por duas operações distintas, mas que se complementam: o Baltic Air Policing (BAP) com quatro aeronaves F-16, e as Medidas de Tranquilização (Assurance Measures) com um P-3CUP+.
O BAP teve início em 2004 com a adesão dos estados do Báltico, Estónia, Letónia e Lituânia, à NATO, uma vez que estes países, à semelhança do que acontece hoje com outros membros, não possuem meios próprios para a missão de policiamento aéreo. Com vista a manter o mesmo standard de vigilância aplicado ao restante espaço aéreo da responsabilidade da NATO, foi constituído, numa base de partilha de esforço, o policiamento aéreo dos Bálticos, onde os membros da Aliança destacam meios de defesa aérea para esta base, em blocos com a duração de quatro meses, garantindo assim a salvaguarda do espaço aéreo destes estados aliados.
Esta é já a quarta vez que Portugal participa deste esforço, tendo participado em 2007, 2014 e 2016.
Com os acontecimentos que deram origem aos conflitos da Ucrânia e decorrente da cimeira de NATO em Gales (Setembro de 2014), a Aliança Atlântica decidiu reforçar o contingente afecto ao BAP, destacando para o território mais meios que os inicialmente previstos. Assim, Portugal é a lead nation do Block#47, com quatro aeronaves F-16M contando com o apoio dos contingentes Espanhol que opera também da base de Siauliai com seis aeronaves Eurofigther e de um destacamento de aeronaves Mirage 2000 da França, a operar a partir da base de Amari, na Estónia.
A missão dos meios nacionais é garantir um Alerta de Reação Rápida (QRA na sigla inglesa) numa prontidão de pelo menos 15 minutos, a fim de proceder à identificação de qualquer aeronave não identificada no espaço aéreo dos três países do Báltico. O Contingente do BAP compreende 84 militares, de diversas áreas, desde as operações a pessoal de apoio, tendo realizado até ao momento cerca de 270 horas de voo.
A Operação do P-3CUP+ decorre enquadrada nas Medidas de Tranquilização (Assurance Messures), introduzidas pela NATO, também, após a cimeira de Gales, como resposta à atitude mais agressiva da Rússia e na sequência dos acontecimentos na Ucrânia. Estas medidas comtemplam uma série de actividades militares no flanco Leste da Aliança, envolvendo meios aéreos, marítimos e terrestres de várias nações aliadas com vista a mostrar a presença militar da Aliança na região.
Em 2018, a Força Aérea tem destacados 30 militares e uma aeronave P-3 CUP+, que graças aos seus modernos sistemas e sensores permite controlar e identificar contactos de interesses (navios civis ou militares) que cruzam as águas do Báltico, assim como fazer acções de reconhecimento e vigilância a áreas de interesse para a NATO.
A missão atribuída ao P-3, neste âmbito, é o patrulhamento marítimo do mar Báltico, controlando e reportando contactos de interesse, contribuindo para a construção e constante actualização, quase em tempo real, da Maritime Picture da região. Paralelamente, efectua missões de vigilância e reconhecimento desta área de importância vital para a região e para a NATO.
O P-3CUP+ efetuou já cerca de 80 horas de voo no cumprimento da sua missão.
A missão dos F-16, excluindo projecção e retracção, decorre entre 3 de maio e 31 de Agosto e a dos P-3 CUP+ entre 18 de Junho e 17 de Agosto. (Defesa)
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