O general comunicou “por escrito”, através da rede interna do Exército, que apresentou ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a sua carta de resignação.
“Circunstâncias políticas assim o exigiram”, justificou Rovisco Duarte, que foi escolhido pelo anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para substituir Carlos Jerónimo que se demitiu na sequência da polémica que envolveu a direção do Colégio Militar, a propósito de uma alegada discriminação em função da orientação sexual.
O mandato de Frederico Rovisco Duarte, que terminaria em Abril do próximo ano, estava sob contestação desde o furto de material militar dos paióis de Tancos, divulgado em 29 de Junho do ano passado, desde logo, internamente, quando decidiu exonerar, e depois renomear, cinco coronéis no âmbito da investigação interna ao furto.
Aquela decisão motivou a demissão de dois generais do Exército, Antunes Calçada e António Menezes.
A demissão do CEME ocorre dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes na pasta.
A crise nos altos comandos do Exército instalou-se na sequência do roubo de material de guerra de paióis na base militar de Tancos, no centro do país, em Junho de 2017. Mais tarde, as autoridades anunciaram a recuperação de grande parte do material roubado, mas, até hoje, não há qualquer informação segura sobre os autores do roubo e em que circunstâncias ocorreu a suposta recuperação.
O caso em torno de Tancos agravou-se depois de virem a público informações sobre o envolvimento de dirigentes da Polícia Judiciária Militar e de militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) na operação de recuperação de armas, com contornos de farsa montada.
As investigações e as recentes detenções ordenadas pelo Ministério Público levaram, entretanto, à demissão do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e, nesta quarta-feira, do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte. (Portugal Digital)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.