Parte quarta-feira para o Kosovo o primeiro grupo de militares portugueses para a rendição do batalhão que termina no próximo dia 25 a sua missão de seis meses, segundo fonte do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).
O grupo de militares que parte dia 16 integra o 1º Batalhão de Infantaria Mecanizado, que renderá o 1º Batalhão de Infantaria da Brigada de Intervenção, assumindo funções dia 25.
Quase coincidindo com a partida do primeiro grupo de militares, Nuno Severiano Teixeira, ministro da Defesa Nacional, segue hoje à tarde para o Kosovo, naquela que será a sua última visita ao país no cargo que desempenha no presente Executivo.
Segunda-feira, o ministro manterá encontros com vários altos responsáveis, entre os quais o presidente kosovar, Fatmir Sejdiu, e o comandante da Kosovo Force (COMKFOR), o general alemão Markus Bentler, a quem, no passado dia 08, o general italiano Giuseppe E. Gay entregou o comando.
De acordo com fonte do EMGFA, a transferência dos militares portugueses deverá ser efectuada, como é habitual, em três partes.
Seguirá primeiro um destacamento avançado e depois o "grosso da força", a 24 de Setembro. O último voo levará os restantes militares para o Kosovo e transportará para Portugal o resto do batalhão que termina a missão.
O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Valença Pinto, garantiu sexta-feira, em declarações à Rádio Renascença, que Portugal não vai reduzir o contingente no Kosovo.
A renovação da presença portuguesa - com 295 militares - dá-se no momento em que a NATO se prepara para iniciar a redução em 4000 dos actuais 14 mil efectivos do contingente da missão internacional que dirige no terreno, a KFOR, que passará para dez mil militares no prazo de três anos.
Fonte do EMGFA afirmou que está a ser trabalhada, no âmbito da NATO, a redução dos efectivos e a forma como essa redução se irá realizar.
"Há países que querem sair, outros que se querem manter e outros ainda que querem reduzir" o número de militares no Kosovo, adiantou.
"Os espanhóis já fizeram saber há muito tempo que querem sair. Só que quando os espanhóis saem alguém tem que ocupar esse lugar. Quem? É isso que neste momento está a ser trabalhado", exemplificou.
Sexta-feira, em conferência de imprensa, o CEMGFA, Valença Pinto, defendeu que a situação no Kosovo é estável e segura, mas admitiu que se trata de "um território muito volátil".
Ano e meio depois da proclamação unilateral da independência, em Fevereiro de 2008, a situação no Kosovo continua marcada pela instabilidade e por surtos frequentes de tensão, particularmente em Kosovska Mitrovica, cidade do norte do território, dividida entre sérvios e albaneses e palco frequente de confrontos entre as duas comunidades.
A proclamação da independência do Kosovo dividiu profundamente a comunidade internacional - tendo sido até agora reconhecida por 61 Estados, entre os quais Portugal.
A comunidade sérvia continua a rejeitar a independência do território, antiga província sérvia, e a não reconhecer a Eulex, missão europeia no Kosovo, que começou o seu trabalho no terreno no final do ano passado, após meses de atraso face à oposição de Belgrado e de Moscovo.
A Eulex tem como missão acompanhar o trabalho dos dirigentes do novo Estado em matéria de polícia, justiça e protecção das minorias.
A comunidade sérvia considera que a administração das Nações Unidas (UNMIK) é a única presença internacional legítima no Kosovo.(Lusa/Expresso)
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