12 de março de 2010

Presença militar portuguesa reforçada no Afeganistão

A presença militar portuguesa no Afeganistão vai ser reforçada até ao final deste mês, passando a ser constituída por 253 homens e mulheres, anunciou hoje o Comandante das Forças Terrestres.

O tenente-general Amaral Vieira participou hoje, em, Vila Real, no "Kabuk 101", o exercício final de aprontamento antes da partida para o Afeganistão de um grupo de 84 militares oriundos dos três ramos das Forças Armadas.

Portugal passará a ter 253 homens e mulheres naquele teatro de operações, onde permanece desde maio de 2008, com períodos de rendição de seis meses.

Os militares, que serão projetados para o Afeganistão até ao final deste mês, dividem-se por três forças: a OMLT (Operational Mentor and Liasion Team) de Garnição, a OMLT Kabul Capital Division (KCD) e o Modulo de Apoio às OMLT.

Amaral Vieira reconheceu que o Afeganistão é o palco onde os militares portugueses estão localizados que "mais preocupações levanta aos decisores", no entanto, destacou a "experiência portuguesa de 15 anos" a participar em "operações muito complicadas".

"O teatro no Afeganistão é muito exigente e é efetivamente no âmbito das insurgências, que se pode revelar de formas multifacetadas, que podemos esperar qualquer tipo de riscos", referiu.
Foi precisamente com um tumulto de populares simulado que começou o exercício que hoje decorreu nos terrenos de treino do Regimento de Infantaria 13 (RI13), em Vila Real.

Quando os militares portugueses se deslocaram a uma escola primária numa operação de assistência humanitária e se reúnem com elementos do exército afegão são surpreendidos por populares revoltados.

Foi preciso garantir condições de segurança no local, retirar os mentores e remover a viatura que avariou no recinto.

Num outro cenário, no âmbito de uma patrulha, uma viatura da coluna avariou e foi necessário rebocá-la e foi, nessa altura, que os militares são surpreendidos por uma reação com armas de fogo.

As situações pretenderam recrear a realidade que os militares poderão ter que enfrentar.
"No Afeganistão tudo é possível", referiu o coronel Moura Pinto, comandante da 3º OMLT KCD.

"As avarias poderão ser o menor dos problemas. Outros problemas são a questão das temperaturas extremamente elevadas. Na altura em que vamos lá vão rondar os 40 graus positivos", salientou o responsável.

Moura Pinto explicou que o exercício pretendeu representar "uma situação extrema", acrescentando que os militares terão que desempenhar um conjunto de ações, como distribuição de cobertores ou bens de primeira necessidade, que poderão originar a concentração de muitas pessoas e originar alguns problemas.

A missão das OMLT da NATO é a de treinar, ensinar e servir de mentor às unidade do Exército Nacional Afegão (ANA), servir como elo de ligação e de comando e controlo entre a Internacional Security Assistence Force (ISAF) e o ANA, de forma a facilitar o desenvolvimento de um exercito competente, profissional e auto suficiente.

O Afeganistão é um país conturbado, marcado pela pobreza, desemprego, corrupção e é também um dos maiores produtores mundiais de ópio, uma actividade estreitamente ligada aos guerrilheiros terroristas.

Moura Pinto referiu que os ataques suicidas são o método preferencial usado pelos rebeldes.

O ano passado foi o mais mortífero para as forças da NATO naquele país, registando 508 baixas. Até 06 de março de 2010 já morreram naquele teatro de operações 106 militares das diversas forças internacionais.(Jornal I)

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