21 de outubro de 2011

Cortes diminuíram capacidade do exército que continua a garantir prontidão para servir os cidadãos

O Exército é entre as Forças Armadas o mais atingido pelos cortes da austeridade nacional, mas vai continuar a responder às necessidades dos cidadãos, defendeu hoje em Bragança, o comandante das forças terrestres.

Vítor Vieira, que é também comandante da Academia Militar, falava à margem das jornadas académicas integradas no Dia do Exército que este ano está a ser comemorado, até domingo, na cidade transmontana.

Estas jornadas serviram para mostrar aos cidadãos as formas como o Exército interage com a sociedade em áreas distintas como a Protecção Civil, construção de pontes ou apoio em caso de catástrofes.

Vitor Vieira garantiu que os cidadãos podem continuar a contar com a acção do Exército na sociedade civil, apesar de ter a sua capacidade diminuída pelos cortes orçamentais.

“Obviamente que a nossa capacidade tem diminuído. Quando o Exército é contraído significativamente em pessoal, em recursos humanos e materiais e na capacidade de manter esses recursos a funcionar de uma forma que nós entendemos como desejável, obviamente que há uma contrapartida na dificuldade e na capacidade de responder exaustivamente”, declarou.

Segundo disse, a parte do Exército na contracção nacional é a mais significativa das Forças Armadas, sendo ramo que tem vindo a recrutar menos gente, entre os militares em regime de voluntariado e de contrato.

”E o Exército vale também pelo número e pela qualidade dos seus efectivos, portanto para nós isso é um problema que é significativo”, sublinhou.

Ressalvou, no entanto que os militares estão solidários com o esforço que está a ser pedido ao país e que vão sendo capazes de “ir mantendo as suas capacidades militares, mesmo com essas dificuldades todas”.

“Esta garantia de que temos uma estrutura que está organizada e disponível para servir o país quando algo corra mal é uma referência que os cidadãos podem encontrar para se verem efectivamente defendidos de uma forma abrangente face às capacidades que o Exército tem”, considerou.

A crise afectou também as comemorações em Bragança que estão a ser feitas de “uma forma minimalista”, como disse.

A parada de domingo, com a presença do ministro da Defesa, Aguiar Branco, não terá viaturas militares, restringindo-se ao desfile de mil militares e às habituais cerimónias e discursos.

Uma das razões apontadas para a escolha de Bragança é o facto de “muito do recrutamento para as forças armadas ser oriundo desta região”.

O evento será motivo de curiosidade para a população local que há quase 40 anos não tem proximidade com as lides militares, desde que foi extinto, em 1975, o batalhão de caçadores 3.

Durante três dias, a cidade está “ocupada” pelo Exército com exposição nas ruas de equipamento, demonstrações, mas também acções direccionadas para toda a população como uma tenda de campanha para rastreios de saúde ou a padaria de campanha que vai oferecer pão e outros derivados gratuitos. (Público)

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