16 de julho de 2012

Marinha testa veículos autónomos

A Marinha, em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), encontra-se a realizar até ao dia 20 de julho, nas zonas de Sesimbra, Tróia e Santa Cruz, o Exercício “Rapid Environmental Picture 2012” (REP12), o qual visa testar e avaliar as novas capacidades e tecnologias associadas à utilização de veículos autónomos, submarinos de superfície e aéreos, no apoio a operações navais.


O exercício REP12 associa as áreas da Defesa e Segurança, Investigação & Desenvolvimento e Indústria, contando por isso com a participação de várias outras instituições e empresas nacionais e internacionais, como o Center for Maritime Research and Experimentation (CMRE) da NATO, o Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI), a Universidade da Califórnia em Berkeley, a Norwegian University of Science and Tecnology, o INESC-Porto, a Technion, a Liquid Robotics (que participa com um Wave-Glider veículo autónomo que utiliza a energia das ondas para se movimentar), a OceanScan, a Evologics e a Guarda Costeira Americana. É ainda de destacar a participação, pela primeira vez, da Força Aérea Portuguesa com a utilização e desenvolvimento de veículos autónomos aéreos no âmbito do projeto PITVANT.

O “Rapid Environmental Picture” que teve a sua primeira edição em 2010 sob a égide do programa científico do NATO Undersea Research Center (NURC) foi desenhado pelo Centro Integrado de Treino e Avaliação Naval (CITAN) em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Atendendo à persecução do conceito de «duplo-uso» da Marinha, os veículos autónomos podem ser empregues:

• Em missões operacionais
o Guerra de Minas - evita a exposição dos meios à ameaça de minas (navios a operar fora do zona de ameaça de minas); otimizam as operações em águas pouco profundas, onde a utilização de outros recursos (exemplo: mergulhadores) é morosa e pouco discreta;
o Operações Anfíbias – possibilidade de efetuar operações discretas, de forma a proceder à caracterização do área de desembarque Anfíbio (Rapid Environmental Picture), contribuindo para o processo de decisão do local de desembarque;
o Proteção de portos – emprego otimizado em zonas confinadas onde outros meios são de difícil utilização.

• Missões de utilidade pública
o Apoio a buscas de naufrágios – missões de busca e salvamento Marítimo (SAR) para localização de navios/embarcações afundadas;
o Monitorização de manchas de poluição – com a inclusão de sensores podendo seguir a evolução de manchas de poluição;
o Monitorização de objetos no fundo do mar em áreas sensíveis (portos/rios/estuários);
o Mapeamento de áreas para trabalhos de índole científica – possibilidade de utilização de AUV nas campanhas de extensão da Plataforma Continental.

O NRP Bacamarte é o navio atribuído pela Marinha ao evento e serve como plataforma logística de apoio às operações, tendo embarcado material pertencente aos participantes bem como infraestruturas para proporcionar condições de trabalho aos investigadores, nacionais e estrangeiros, assim como ao Destacamento de Guerra de Minas (DGM).

O REP12 representa assim uma excelente oportunidade para troca de conhecimentos, avaliação/validação de tecnologias e recolha de informação que permitirá desenvolver novos conceitos de operação e de interoperabilidade para múltiplos veículos autónomos heterogéneos. (M.G.P)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.