20 de junho de 2013

Vários países enviam militares para formação em Portugal

Ninguém segue para um cenário de guerra sem passar pelo centro de treino e sobrevivência da Força Aérea, que também dá treino a civis. O prestígio da formação ultrapassa as fronteiras nacionais.

O reconhecimento internacional do centro de treino e sobrevivência da Força Aérea no Montijo está a trazer a Portugal gente da Argélia, Tunísia, Marrocos e Lituânia, para mencionar apenas alguns dos países que enviam os seus militares para formação.

Treinam técnicas de evasão, resistência, inactivação de explosivos, defesa nuclear e resgate, de modo a ficarem preparados cenários de guerra.

Ao longo dos anos, 15 mil militares passaram pelo centro e ninguém vai para um teatro de guerra, como o do Afeganistão ou do Kosovo, sem passar por lá – uma espécie de recruta para recordar conhecimentos, garante à Renascença o formador José Feliz.

“A formação é para qualquer militar, independentemente do posto ou função”, afirma. O sargento chefe Carlos Figueiredo parte em Outubro para o Afeganistão e frequenta o curso, onde recorda técnicas de tiro defesa nuclear, radiológica, primeiros socorros, segurança e até combate a incêndios.

Outra esquadrilha com certificação NATO é a de reconhecimento e inactivação de engenhos explosivos, uma área onde é preciso, muitas vezes, pensar como um terrorista. “Temos de acompanhar sempre os passos do terrorista, à medida que inventam engenhos novos, para encontrar medidas para o travar”, explica o responsável pela esquadrilha, Mário Vasco.

Uma sala cheia de latas de Coca-cola prontas a explodir, livros, garrafas, frascos de shampoo… não há limites para a imaginação de quem procura espalhar o terror. No Montijo, até está uma réplica da mochila que rebentou em Boston.

Quando se fala em explosivos, estar preparado para o pior é essencial, sobretudo, quando os militares portugueses estão envolvidos em missões internacionais.

O centro da Força Aérea ensina a sobreviver em terra ou na água. Os pilotos ou membros das tripulações têm de ter o curso SERE – sobrevivência, evasão e extracção. É obrigatório e rege-se por padrões NATO.

Localizado na base aérea do Montijo desde 1984, além dos militares, passaram por ali agentes secretos, elementos da PSP, diplomatas e muitos outras pessoas que precisam de aprender técnicas de orientação, disfarce e protecção.

Reconhecido ao nível internacional, o centro foi seleccionado como modelo do Centro de Sobrevivência da Real Força Aérea Marroquina.(RR)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.