28 de dezembro de 2015

Ramadi foi ou não conquistada?

Notícias contraditórias chegavam na noite passada sobre o avanço das tropas iraquianas sobre a cidade estratégica de Ramadi, no centro do Iraque e a cerca de 100 quilómetros de Bagdade.

A Reuters e a Agence-France Presse citavam o porta-voz das forças antiterroristas de elite, Sabah al Numani, que afirmava que o exército de Bagdade tinha tomado o complexo governamental da cidade. “Todos os combatentes do Daesh [acrónimo para Estado Islâmico, que o grupo rejeita] partiram. Não há qualquer resistência”, anunciou. Esta versão era acompanhada pela BBC, que citava uma fonte anónima que explicava que a conquista “significa a derrota do EI na cidade”, apesar de admitir que ainda existam “bolsas de resistentes”.

Mas a Associated Press, sensivelmente à mesma hora, dizia que o Estado Islâmico estava a oferecer grande resistência na cidade, atrasando o avanço das tropas iraquianas. Citava um alto responsável do exército, o general Ismail al-Mahlawi, chefe das operações militares na província Anbar ( cuja capital é Ramadi). Este elemento disse à AP que “o avanço está a ser dificultado por bombistas suicidas, snipers e armadilhas”.

O exército “irá precisar de dias” até chegar ao complexo governamental central, acrescentou o militar, adiantando que ontem as tropas estavam a cerca de um quilómetro do alvo.

Não negou, mas também não confirmou, as notícias avançadas por meios de comunicação social de que os combatentes tinham retirado do complexo ao anoitecer de domingo. Apenas adiantou informações dadas pelos residentes na área de que os terroristas tinham retirado do bairro de Albu Alwan, adjacente ao complexo.

Uma declaração feita na noite de ontem pelo comando conjunto iraquiano, também citada pela AP, anunciava que a operação em Anbar estava a decorrer como programado e que as forças iraquianas continuavam a cercar o complexo governamental em Ramadi, não mencionando qualquer retirada de militantes do EI na área.

A capital da província foi capturada pelo Estado islâmico em Maio, infligindo um rude golpe às forças do país.

Entretanto, também ontem, a Al Jazzera noticiava que as forças curdas no Iraque tinham lançado um raid contra o EI na cidade de Hawija, a norte. O ataque terá decorrido com a ajuda de forças especiais norte-americanas e teve o objectivo de libertar elementos do exército curdo, os peshmerga. (I)

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