21 de março de 2016

Presidente da República pede mais investimento para Forças Armadas

No seu primeiro discurso às Forças Armadas, esta segunda-feira de manhã, numa cerimónia aberta ao público, frente ao Palácio Nacional da Mafra, o Presidente da República prometeu estar “atento, sereno e interventivo”, apontando desde logo para “três frentes fundamentais”: “A afirmação do actual Conceito Estratégico de Defesa Nacional, a valorização do estatuto dos militares e o investimento nas Forças Armadas”.

Sobre o Conceito Estratégico de Defesa Nacional, aprovado pelo anterior Governo, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu continuar fiel às grandes linhas da política externa portuguesa, “em particular no âmbito da Aliança Atlântica, da União Europeia e da CPLP”, não tendo feito qualquer referência às Nações Unidas.

Recorde-se que o actual ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, definiu como prioridade a participação de forças portuguesas além-fronteiras no âmbito das missões da ONU.

O Presidente da República prometeu ainda valorizar a “carreira das armas”, defendendo que “a construção contínua de uma nação mais fraterna, mais igualitária e mais próxima jamais dispensará a relevante contribuição das mulheres e dos homens militares”.

Finalmente, o Comandante Supremo defendeu o investimento nas Forças Armadas, na medida em que o país precisa delas “equipadas e qualificadas para o cumprimento do seu desígnio”.

“Um país que sempre teve uma dimensão internacional deve assegurar as melhores condições operacionais às suas Forças Armadas”, afirmou Marcelo.

Na sua intervenção, e tal como afirmou na sua tomada de posse, o Presidente repetiu que “esta pátria é obra de soldados”, evocando os antigos combatentes que “afirmaram a vontade de buscar a liberdade no século XIX, como a de construir a democracia no século XX”, numa clara alusão aos capitães de Abril. “Nunca faltaram à chamada de Portugal”, sublinhou o Chefe de Estado.

Mas, por entender que nem sempre têm sido reconhecidos, Marcelo defendeu que “há uma pedagogia a fazer, para explicar que as Forças Armadas não são reminiscências de um passado sem futuro, como não são uma instituição supérflua ou desnecessária”.

“Pelo contrário”, insistiu Marcelo, “quase nada do que houve de portador de futuro, de esperança, de sonho, foi realizado em Portugal sem o seu contributo”.

Escutado por centenas de estudantes do ensino básico e secundário das escolas do concelho de Mafra, o Presidente da República dirigiu-se à “juventude portuguesa” para dizer que esta tem nas Forças Armadas “um exemplo mobilizador de realização pessoal e comunitária”.

A cerimónia de boas-vindas do Chefe de Estado que esta segunda-feira decorre - com a presença dos três ramos das Forças Armadas, com sobrevoo de duas parelhas de F16 e saltos de cinco para-quedistas da equipa de queda livre do Exército, os “Falcões Negros” - foi traçada à imagem das celebrações habitualmente realizadas para assinalar o 10 de Junho, e onde os militares estiveram sempre presentes durante os mandatos de Cavaco Silva. Este ano o Dia de Portugal será assinalado em Paris.

Antes de Marcelo subir ao palanque para discursar, falou o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro, confiante de que o Presidente da República “pugnará pelo respeito da condição militar e pela manutenção de moral elevada”.

“Desejamos proximidade afectiva que estimula, e fomenta as indispensáveis condições para o exercício do comando em todos os escalões da hierarquia militar. Queremos preservar e se possível reforçar o papel das FA na sociedade nacional, em prol de acrescidos níveis de segurança e Bem Estar para os portugueses”, acrescentou Pina Monteiro.

Noutro momento do discurso, o CEMGFA frisou que “face à importância fulcral da condição militar, esta não deve nem pode ser pervertida ou desvirtuada, quer pelos militares quer na sua aplicação pelo Estado, ao universo de todos os cidadãos que se encontram ao abrigo do estatuto da condição militar, seja no cumprimento dos requisitos exigidos para a progressão na carreira militar, seja nos direitos e deveres previstos na lei“.

Marcelo não haveria de abandonar o recinto sem saudar, na companhias dos chefes militares, quer os alunos, quer as centenas de pessoas que assistiram à cerimónia. Tal como os militares durante o desfile, com especial destaque para para-quedistas e fuzileiros, o Presidente foi afectuosamente saudado. (Expresso)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.