A operação vai decorrer dentro da garantia e ocorre semanas após o submarino ter regressado dos estaleiros alemães de Kiel, onde esteve vários meses a ser objecto da primeira revisão intermédia, explicou ao DN o porta-voz da Marinha, comandante Pereira da Fonseca.
Essa intervenção na empresa AA, que deve demorar duas semanas, significa que os submarinos da Marinha já não precisam de se deslocar à Alemanha para trabalhos de reparação ou manutenção - com a inerente poupança de custos para o orçamento da Marinha e a canalização para aquela empresa portuguesa das verbas a pagar.
Mas a importância desta primeira docagem de um submarino tecnologicamente complexo como o Tridente levou mesmo à realização de uma cerimónia em que participaram a secretária de Estado da Defesa, Ana Pinto, e o chefe do Estado-Maior da Marinha, almirante Mendes Calado.
Isso envolveu um "acordo estratégico" tripartido entre o AA, a Marinha e o fabricante alemão ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS), o qual "começa agora a dar os primeiros passos no âmbito da manutenção e reparação naval", informou a empresa portuguesa.
Em causa está a projecção dos estaleiros portugueses no mercado internacional, como alternativa aos de Kiel, para os países - em África e na América do Sul - que operam submarinos alemães e tendo a certificação técnica do TKMS. Fica por saber se o referido acordo envolveu algum compromisso do fabricante germânico em enviar alguns dos seus clientes para a AA.
A preparação dos estaleiros portugueses para receber e reparar submarinos alemães começou ainda com a sua anterior presidente, Andreia Ventura, ao enviar diversos trabalhadores para Kiel a fim de obterem formação e especialização.
Pelo caminho ficaram os trabalhos de modernização e aumento da doca dos estaleiros, a fim de permitir a realização simultânea de trabalhos num submarino e noutros navios.
Se o Tridente vai ficar docado cerca de duas semanas, a primeira revisão intermédia a que vai ser sujeito o segundo submarino português, o Arpão, demorará mais de um ano - período em que a AA não consegue receber qualquer outro navio na doca, pelo que desiste de novos trabalhos ou os subconcessiona a terceiros (à Naval Rocha, por exemplo, onde o Estado tem uma participação significativa embora minoritária).(DN)
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