24 de abril de 2010
Exército Português precisa de mais carros de combate
Quando discute programas a adiar com os cortes do PEC, ramo terrestre quer mais carros de combate
O Exército defendeu ontem a compra de mais 18 carros de combate Leopard 2A6, apesar de estar a discutir quais os programas de reequipamento militar que tem de adiar devido à crise económica.
O anúncio do chefe do Estado--Maior do Exército (CEME), general Pinto Ramalho, foi feito no decorrer do exercício "Rosa Brava 2010", no Campo Militar de Santa Margarida, em que se realizou o primeiro teste de tiro real com alguns dos 37 Leopard 2A6 da Brigada Mecanizada.
O CEME, citado pela Lusa, justificou a medida com a necessidade de alienar 60 dos antigos carros de combate M60, para formar três esquadrões com os carros de combate de última geração e acabar com a existência simultânea de duas linhas de manutenção e duas linhas de fornecimento de materiais.
Curiosamente, os 37 Leopard em segunda mão foram comprados (por cerca de 80 milhões de euros) precisamente para substituir os M60 - quando Pinto Ramalho já era o CEME. Segundo nota do Ministério da Defesa, em Outubro de 2008, "Portugal adquiriu à Holanda 37 carros de combate Leopard 2A6, de origem alemã, para substituir os carros de combate M60 A3 TTS".
"É prioritário? É para enviar para onde?", questionou-se ontem uma fonte militar ouvida pelo DN, depois de lembrar que os militares destacados no Afeganistão usam viaturas Humvee emprestadas e continuam com a velha espingarda G3. Acresce, adiantou o mesmo oficial, que nem as dezenas de viaturas blindadas Pandur de oito rodas - compradas para equipar as forças no estrangeiro - servem para as missões assumidas.
O Exército vai ser o ramo das Forças Armadas mais afectado com a aplicação do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) à Lei de Programação Militar (LPM), à luz das regras assumidas pela tutela.
A par do corte de 40% das verbas da LPM até 2013, o Governo decidiu não autorizar a celebração de quaisquer novos contratos de modernização (tentando manter apenas os compromissos já assumidos).
Ao contrário da Marinha e da Força Aérea, os programas prioritários na modernização do Exército - helicópteros ligeiros, viaturas blindadas de quatro rodas, nova arma ligeira - estão por iniciar.
No caso das viaturas de quatro rodas, apontadas agora como as necessárias para equipar os militares no estrangeiro, recorde-se que o CEME disse há dias ter indicações da tutela que esse programa estava no mesmo nível de prioridades do relativo à modernização dos aviões de transporte Hércules C-130.
Porém, o Ministério da Defesa transmitiu ao DN uma posição diferente: a modernização dos aviões C-130 corresponde a um programa já iniciado, o que não sucede com o das viaturas de quatro rodas.
Acresce que, segundo fontes ouvidas pelo DN e citadas na edição de ontem, o próprio programa dos helicópteros médios NH90 (com chegada prevista para 2012) corre sérios riscos de ser adiado, pois isso evitaria o pagamento de novas rendas a partir desse ano (canalizando-se essas verbas para pagar outros equipamentos já recebidos).(DN)
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Realmente, reduzimos Portugal ao mínimo do mínimo. Um exército europeu com... 37 tanques! Inacreditável, patético, risível até... Vejam-se os efectivos de outros países de semelhante dimensão e tirem-se as conclusões necessárias.
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