O comandante da Brigada de Reação Rápida (BrigRR) considerou hoje “fundamental” a criação de um Centro de Excelência Aeroterrestre da NATO nesta unidade do Exército português situada no Polígono Militar de Tancos.
O major general Raul Cunha aludiu à criação do centro de excelência durante a cerimónia que hoje assinalou o quinto aniversário da brigada e a receção oficial ao segundo batalhão de para-quedistas que terminou há uma semana a missão no Kosovo, e que decorreu na presença do Chefe do Estado Maior Exército (CEME), general Pinto Ramalho.
Raul Cunha disse à agência Lusa que o processo de candidatura ao centro de excelência NATO está em fase de elaboração por parte da Direção Geral de Política de Defesa Nacional, devendo estar concluído até ao final do ano.
Segundo disse, caberá depois à componente política a formalização da candidatura junto da estrutura da Aliança Atlântica, confessando que o objetivo será fazer coincidir a instalação do centro de excelência com a chegada dos helicópteros NH 90, em 2012.
“Temos condições únicas, reconhecidas pelos países da Aliança, já que temos infraestruturas muito boas - a pista, a escola de treino, a zona de saltos -, um clima excelente e sobretudo um espaço aéreo bem demarcado e com grande espaço de manobra”, disse o comandante da BrigRR à Lusa.
Raul Cunha, que sublinhou o facto de o CEME ter colocado esta como uma das prioridades nas diretrizes para este ano, referiu ainda o know how instalado e a grande colaboração bilateral desenvolvida com vários países europeus.
Pinto Ramalho referiu, na sua mensagem pela passagem do dia da brigada, precisamente as “inúmeras referências elogiosas por parte das estruturas de comando da Aliança Atlântica” pelo “profissionalismo, experiência e competência” demonstradas pela BrigRR.
Sublinhando que a NATO não possui ainda nenhum centro de excelência ao nível das operações especiais, e que o primeiro nesta área a ser criado será na área aeroterrestre, Raul Cunha referiu a importância económica da criação desta infraestrutura para a região.
A governadora civil de Santarém, Sónia Sanfona, disse à Lusa que, tendo tomado conhecimento desta “ambição”, e conhecendo as “condições extraordinárias e únicas em termos europeus e da própria NATO”, procurou já sensibilizar o ministro da Defesa, até pelo interesse do projeto para o distrito.
“Existem todas as condições físicas e humanas. É uma aposta estratégica não só do Exército mas da região, com implicações no seu desenvolvimento económico e social”, afirmou.
Raul Cunha disse à Lusa que o investimento necessário - a construção de um túnel de vento para treino inicial do salto em queda livre, orçado em perto de um milhão de euros - teria retorno.
A Brigada de Reação Rápida foi criada em 2005, passando a englobar as tropas para-quedistas, os comandos e as forças de operações especiais, possuindo, segundo o seu comandante, “um desenho organizacional único no Exército” ao congregar “as elites dos combatentes”.(Correio do Minho)
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