Os mais de mil milhões de euros empregues na compra dos dois novos submarinos correspondem a "5%" do rendimento anual de "20 mil milhões de euros" estimados para a exploração do mar português dentro de alguns anos, afirmou ontem o comandante da Armada, almirante Melo Gomes.
O chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) usava o mais recente argumento comparativo para contextualizar - e desvalorizar - a constante atenção dada aos custos do programa (ver fotolegenda), pela sua dimensão e num tempo de forte crise financeira.
"Apesar da ocorrência de periódicas miopias marítimas, veio a prevalecer a força da razão. Infelizmente, em contraciclo económico. É um preço, que se paga, sem dúvida muito caro, mas muito mais caro seria não podermos dispor daquilo que nos pertence" e se prevê crescer exponencialmente (recursos energéticos, minerais) com o alargamento da plataforma continental, sustentou o CEMA.
O ministro da Defesa também assumiu o ónus político desta compra neste momento: "Continuemos a fazer a demonstração pública da necessidade de manter a capacidade submarina nas Forças Armadas Portuguesas", dada a sua "capacidade dissuasora e de defesa avançada", a "importância crescente do mar e das zonas marítimas" sob jurisdição portuguesa e, ainda, a das obrigações militares internacionais do País.
"É um dever nosso de prestação de contas aos nossos concidadãos" e de "demonstração pública da necessidade dos submarinos", declarou Augusto Santos Silva, pois são um "bem de todos" e "um activo" que oferece "uma vantagem" adicional ao Estado na cena internacional.
Perante uma assistência em que estavam representantes do consórcio alemão, que construiu os submarinos e se comprometeu a fornecer contrapartidas de valor equivalente ao do programa, Augusto Santos Silva enfatizou que "os contratos estão a ser cumpridos exemplarmente" por Portugal.
Como o fabricante ainda tem por cumprir "62%" das contrapartidas (mais de 700 milhões de euros), quando faltam 25 meses para o fim do contrato e meio ano para a recepção do novo submarino (talvez o último grande trunfo do Estado), o ministro sublinhou ser "tempo de encontrar uma nova dinâmica no cumprimento das contrapartidas por parte do consórcio fornecedor dos submarinos".
"Estes dias, estas semanas, é o tempo próprio para que esse impulso que é preciso dar", frisou.(DN)
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