No passado dia 25 de Setembro de 2010, o Núcleo da Mora da Liga dos Combatentes realizou uma homenagem aos munícipes daquele concelho que, sob a Bandeira Portuguesa, foram empenhados nos conflitos do século passado e aos que, ainda hoje, dão o seu contributo no cumprimento das participações militares a que Portugal está obrigado.
Com base num projecto conjunto do Núcleo da LC e da Câmara Municipal, foi inaugurado, no Largo Movimento das Forças Armadas, um Monumento de “Homenagem aos Combatentes de Mora”, elemento de memória partilhada, de concepção simples mas significativa.
O programa do evento contemplou, o Hastear da Bandeira no local com as Honras Regulamentares prestadas por uma força da Escola Prática de Artilharia, o acto de inauguração, a bênção, as alocuções alusivas ao momento e terminou com o toque do Hino da Liga. Presentes, o Coronel Lucas Hilário (em representação do Presidente da Direcção Central), representações dos núcleos Beja, Elvas, Estremoz, Évora e Setúbal, dos Bombeiros Voluntários e dos Escuteiros. Também presentes, a grande maioria dos sócios da Liga através do Núcleo local, Combatentes residentes e população anónima.
No uso da palavra, o presidente do Núcleo de Mora, Senhor Jacinto António Morais Bravo, fez uma resenha histórica da presença da Liga no concelho e relatou o modo como surgiu o Monumento inaugurado e a atitude da população perante tal iniciativa, da qual 98% aplaudiu e desejou comparticipar, tendo aproveitado a oportunidade para se referir a uma das excepções clamorosas que, personificada por uma figura muito conhecida localmente e desenvolvendo uma actividade de excepcional necessidade social - farmácia, correspondeu a este acto de cidadania com um “Não gosto de Combatentes, não comparticipo seja com o que fôr. Isso é tudo balelas que aí andam e são coisas do passado. Eu até nem gosto de guerras!”.
Na sua intervenção, o Vice-presidente da Câmara Municipal, em representação do respectivo Presidente, quis deixar público testemunho do interesse, para a edilidade, na materialização do reconhecimento a todos quantos, um dia partiram destas terras honrando o compromisso assumido no seu Juramento de Bandeira. Filho da Terra, recordou, nas suas palavras, as experiências vividas por quantos foram e são seus familiares.
O representante da Direcção Central aludiu ao significado do Monumento como documento perene da “Memória Colectiva” de um Povo, de ora avante partilhada com todos quantos passarem por aquele local dizendo-lhes que, daquelas terras do Alentejo, “também partiram alguns dos mais de um milhão de Portugueses que foram mais Portugueses do que muitos outros que o dizem ser”. E relembrou os “idos e não regressados” de Mora (5), Cabeção (4) e Pavia (1), aos quais “ninguém mais os viu falar, sonhar ou sorrir ou, sequer sentiu a sua presença”.
Dirigindo-se aos elementos da força militar, agradeceu a sua presença e participação em tão simples, mas elevado, acto de cidadania, lembrando-lhes que deverão ser eles quem, num futuro próximo, deverão ocupar o lugar dos “Porta Guião” que, bem ali na sua frente, estavam sendo ostentados por Homens que há 40 anos eram tão jovens como eles, envergavam o mesmo uniforme, tinham tido sonhos idênticos aos seus e, muito justamente, se orgulham de ter honrado a Bandeira Nacional, e Portugal. E antes deles outros estiveram, como Combatentes pela Paz e a Liberdade.
Reflectindo sobre a injusta forma de tratamento e ausência de reconhecimento cívico que até algum tempo atrás vinha sendo dispensada aos Combatentes por Portugal, rendeu homenagem ao Poder Autárquico por ser aquele que conhece, dignifica e honra o Cidadão Combatente. “Daqui para cima, perde-se o Homem e aparece o número de contribuinte”.
A Mulher Portuguesa mereceu uma significativa Homenagem porque também ela, de 1954 a 1974 foi – e em alguns casos continua sendo – Combatente por Portugal, Heroína de Portugal.
Complementou o programa um almoço de convívio em que participaram os Combatentes presentes, acompanhados por familiares.(Liga dos Combatentes)
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