O radar militar do Pico do Areeiro já está a rodar e em fase de testes de aceitação. A revelação foi ontem feita pelo chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), Luís Araújo, à margem da cerimónia que assinalou, ontem, no Aeródromo de Manobra N.º 3 (AM3) do Porto Santo, o 1.º aniversário e, em simultâneo, a rendição do comandante daquela instituição. A explicação aos jornalistas sobre a forma como vai operar aquele equipamento, coube ao general Tareco que frisou que, em simultâneo, decorre uma alteração do sistema operativo do comando e controle ao nível das comunicações de voz e dados.
«Se tudo correr como planeado, entre o primeiro trimestre e até final do segundo trimestre teremos o radar aceite provisoriamente e pronto para ser integrado no nosso sistema de defesa aéreo», afirmou, acrescentando que os primeiros testes ainda decorrem de forma parcelar.
Durante a cerimónia, o CEMFA havia destacado que a implementação do AM3, associada à instalação do radar de vigilância do Pico do Areeiro e à substituição das aeronaves em destacamento permanente - o EH101 e o C295 – permitirá «uma resposta completa e adequada à totalidade das preocupações e necessidades há muito expressas pelas autoridades locais».
Sublinhou, mesmo, que o AM3, apesar da sua reduzida dimensão, e de apenas ter sido constituído há um ano, é hoje uma unidade muito importante no actual dispositivo da Força Aérea. «Se é certo que há 34 anos se vem prestado serviço público relevante e reconhecido no âmbito das acções de preservação da vida humana, a partir de agora estas podem ser executadas em melhores condições, mas tornou-se também possível cumprir com rapidez e eficácia todas as outras missões no exercício da soberania e de protecção dos recursos», complementou.
Alojamento é prioridade
Ao longo da cerimónia, tanto Luís Araújo como o coronel Telmo Reis, o novo comandante do AM3 que substitui no cargo o coronel Joaquim Ferreira, também falaram dos novos desafios por concretizar.
«Espera-se para breve a construção da parada, peça fundamental e icónica de uma unidade militar, à qual se seguirá a construção da porta de armas. Os passos seguintes envolverão a construção da messe e área social e no horizonte um pouco mais distante, os alojamentos que abrigarão a guarnição», disse Telmo Reis.
Ora, em jeito de resposta, Luís Araújo destacou que o AM3 tem sido um «exemplo de boas práticas de gestão, encontrando soluções de grande eficácia operacional a custos comportáveis e compatíveis com a actual situação financeira e orçamental».
Mas, foi à margem da cerimónia que explicou aos jornalistas que as obras devem iniciar-se, de forma faseada, já no início do próximo ano. «Temos de ter capacidade para alojar e alimentar, diria, entre 100 e 150 homens - não mais do que isso», informou. O aeródromo conta com 46 elementos, sendo que a maioria está distribuída por alojamentos hoteleiros fora da unidade. Contudo, o general nega que a construção vise apenas a contenção de despesas. «É uma questão de princípio.
Os militares quando estão de alerta, ou em operações, em princípio, têm de estar no quartel, na unidade. Não faz sentido que estejam noutro local», justificou. «Temos de começar pelo alojamento, depois pela alimentação e, depois, naturalmente, pelos espaços de descanso e repouso. É uma obra cuja primeira fase vai começar no princípio do próximo ano», concluiu.
Ex-comandante distinguido por serviços distintos
Luís Araújo condecorou com a medalha de serviços distintos, grau prata, o ex-comandante do AM3, Joaquim da Silva Ferreira. A medalha é destinada a galardoar serviços de carácter militar, relevantes e extraordinários ou actos notáveis de qualquer natureza ligados à vida da instituição militar. De salientar que o anterior comandante, vai agora para novas funções, agora no IDN, no Porto.
Portas estandartes Nacional e Unidade rendidos ontem
Um dos momentos simbólicos da cerimónia foi o da rendição dos portas estandartes Nacional e da Unidade. Assim, no primeiro, a tenente técnico de operações de meteorologia, Catarina Cerqueira foi substituída pelo tenente técnico de operações de detecção e conduta de intercepção, Jorge Durão. O porta estandarte da Unidade, o sargento ajudante mecânico de electrónica, Manuel Mendes, foi substituído pelo sargento ajudante polícia Aérea Raúl Azevedo.
C-295 já realizou quase uma dezena de evacuações
A cerimónia de ontem implicou a vinda do continente de um um total de 90 homens e três meios áereos, entre os quais, um C-130, cuja viagem serviu para testes de qualificação a três pilotos. Questionado sobre a prestação do novo C-295, o coronel Gaspar diz que «está a ser muito bem aceite, de modo a que até já houve um baptismo particular», avançou. O avião já foi usado numa evacuação directa para o continente e a primeira para a Região aconteceu uma semana depois de ter chegado. Até ao momento, já foram efectuadas perto de uma dezena, a última das quais ontem.(JM)
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