O último dia do mês de Fevereiro de 2011 (dia 28) vai ficar marcado para sempre na memória de todos aqueles que, de forma voluntária, ou chamados para cumprir o serviço militar obrigatório, entraram na Escola de Fuzileiros, de lá saindo com uma boina de cor azul ferrete nas suas cabeças.
Podendo não parecer, mas o que ocorreu neste dia foi o desenrolar de um cordão umbilical que uniu todos aqueles que, orgulhosos, clamam bem alto e a uma só voz, “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.
Neste dia, todos os Fuzileiros que ganharam a boina após o ano de 1975 receberam o distintivo alusivo ao curso de Fuzileiro.
Para todos os que estão sedeados na Base de Fuzileiros, este acto de grande simbolismo ocorreu na parada da Unidade aquando da formatura da Unidade às 0915, enquanto na Escola de Fuzileiros a efeméride teve lugar também na respectiva parada ao início da tarde. De destacar a presença de alguns Fuzileiros que, embora exercendo funções noutros Departamentos e Serviços da Marinha, marcaram presença para, também eles, partilharem ao vivo este momento. É de realçar quem, percebendo a importância deste dia para Nós, fizesse centenas de quilómetros para estar presente! Bem-haja.
A ambos os actos presidiu o contra-almirante Picciochi, Comandante do Corpo de Fuzileiros, que proferiu as palavras que se seguem:
Fuzileiros!
Pretende-se, com este acto simbólico, com esta simples cerimónia, encerrar um longo processo, alcançar um desiderato há muito perseguido pelos fuzileiros.
Mas torna-se igualmente importante confinar o evento à sua real dimensão. Mais não se faz do que ultrapassar um impasse legal que se arrastava há demasiado tempo. Não importa o que ficou para trás, mas temos que perceber que, na sua abrangência, não se tratava de um processo simples.
O Despacho n.º 57/10, de 29 de Dezembro do ALM CEMA (OA1 Nº 62 - 29 de Dezembro de 2010) aprova o distintivo alusivo à habilitação com o curso de fuzileiro, com o formato proveniente do atribuído à especialização em Fuzileiro Especial, destinado a ser usado pelos militares que, desde 1975, concluíram com aproveitamento o curso de fuzileiro.
Entrando em vigor 60 dias após a sua publicação, deverão os militares abrangidos, a partir de hoje, e nos termos e uniformes determinados pelo meu despacho n.º 06/11, de 09 de Fevereiro , fazer uso deste distintivo.
Pela importância de que se reveste o conhecimento da História, ainda que recente, lembro que “em Portaria de 06 de Dezembro de 1966, o Ministro da Marinha determina que o distintivo de especialização para oficial fuzileiro especial fosse um sabre baioneta em posição vertical com o gume da lâmina para a direita circundado por dois ramos de loureiro. A Portaria 205/75, de 26 de Março veio estender o uso deste símbolo aos sargentos e praças com o curso de fuzileiro especial .”.
E para os mais novos, os que não viveram estes tempos, lembro também que “o último curso de Fuzileiros Especiais decorreu de16 de Abril a 06 de Setembro de 1974. Em Outubro deste ano, ainda começou uma nova edição, que não chegou a ser concluída. A partir desta data, a especialização em FZE foi suspensa, tendo-se esbatido a diferença que, durante os anos da guerra, caracterizavam os fuzileiros especiais e os fuzileiros navais .”.
Importa, então, neste momento em que são impostos os distintivos de fuzileiro, ter consciência da dimensão e significado deste simples acto. Por três ordens de razão:
Em primeiro lugar, pela importância do símbolo.
Os símbolos identificam os grupos, suportam uma carga histórica que se eterniza, são o elo de ligação daqueles que perfilham algo em comum. Expressam uma identidade, convicções e valores, comportam algum misticismo e, muitas vezes, a “alma” daquilo que representam.
Este símbolo carrega com ele a bravura demonstrada por uma tropa tão respeitada como temida, os actos heróicos de abnegação e entrega levados às últimas consequências, a honra de um servir sem cuidar de recompensa daqueles que cultivam o amor à Pátria.
Em segundo lugar, pela compreensão da razão deste símbolo e não de outro qualquer.
Porque este sempre foi aquele que, em qualquer lugar, naturalmente a par da boina, indica a presença de fuzileiros. Usam-nos nos botes, nas viaturas, em qualquer sítio onde os fuzileiros se queiram ver reconhecidos como tal. O mesmo símbolo que dantes distinguia o que era diferente hoje iguala o que é idêntico.
Mudar um símbolo é apagar o passado, é querer inventar, começar de novo.
Os fuzileiros, com 400 anos de História, sofreram diversas adaptações ao longo dos tempos, sempre no intuito de saber responder a diferentes desafios. Os de hoje pertencem à geração da visão esclarecida do almirante Roboredo e Silva, e se continuam a manter-se na linha da frente, é porque não houve conformismos, mas, outrossim, capacidade de se continuar a antecipar cenários, a procurar garantir a única resposta que sabem dar, em tempo e a adequada. O fuzileiro de hoje igual ao fuzileiro de sempre.
Em terceiro lugar, e porventura o mais importante, pela importância que lhe dão os actuais fuzileiros ao garantirem as memórias de quantos o usaram, e ainda usam. Lembro que na efectividade de serviço permanecem uma meia dúzia de oficiais com a especialização em FZE.
Ao acolhermos as variadas visitas dos antigos Destacamentos de Fuzileiros Especiais, a atenção que sempre lhes dispensamos no Dia do Fuzileiro, nas sentidas homenagens que prestamos aos que tombaram no campo da honra, no enaltecimento dos melhores entre os melhores nas placas toponímicas da nossa Escola, mostramos todo o respeito que cultivamos por quantos combateram no capim, na bolanha e no tarrafo.
E este respeito terá de ser recíproco. Com novos cursos adaptados às novas missões a que os fuzileiros são chamados a participar, nunca foi, nem se aceitará que seja, questionado o valor daqueles que hoje envergam a boina azul ferrete.
Os que hoje aqui estão são os continuadores da áurea criada pelos mais antigos e, tal como dantes, tal como amanhã, responderão sempre de igual forma: “Prontos”!
Dos mais velhos, contamos que vos olhem com o mesmo orgulho que lhes tributamos, que em vós se vejam reflectidos como seus naturais seguidores. Que continuem a sentir que a mística perdura, que sintam que só há uma forma de ser fuzileiro.
Será nesta esteira que o único Fuzileiro Especial a prestar serviço na estrutura do Corpo de Fuzileiros fará, simbolicamente, a passagem deste testemunho.
Como vosso Comandante, imporei o distintivo aos Comandantes das unidades, acto que será replicado pela vossa cadeia de comando.
E em boa verdade, a história começa e termina aqui, porque o entendimento que sempre presidiu e que deu corpo ao documento final foi o de que mais não se fazia do que ultrapassar um impasse legislativo.
A partir de agora, mas mais do que nunca, é-vos exigido a atitude que, em cada momento, se espera de vós, que sejam vistos como uma tropa de elite ao serviço da Marinha e de Portugal.» (Fuzileiros)
Ok até aki td bem acerca do distintivo ,agora só não entendo pork usar o simbolo de Fz Especial?entendo Eu k esse deve ser usado sim pelos Fz Especiais e não os novos dado k até a Boina deles era diferente da nossa (actual) ,era PRETA ,e não Azul como a de hoje.Aliás no Hino do Fuzileiro está lá "As nossas boinas Negras" e não Azuis certo? dai k seria mais sensato uasar ao peito o atual simbolo da boina e colocar a Velhinha mas sempre Vistosa Ancora na boina k foi o simbolo durante decadas do Fuzileiro antes e depois de 1975... Com isto tudo pretendo diferenciar akilo k é justo simbolo das palmas e sabre : esse é dos Fzs Especiais k o merecem e a Camaradagem depois de 1975 devem usar outro simbolo como atras referi ...tenho dito..
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