A participação de Coimbra na guerra peninsular, que assumiu grande relevo nas lutas de libertação através do Batalhão Académico e da produção de explosivos, vai ser evocada no dia 24 pelo Exército português e pela Câmara Municipal.
A evocação recorda a passagem dos 200 anos da libertação de Coimbra, assumindo destaque as conferências “A Reconquista de Coimbra” e “Populações Massacradas da Região de Coimbra durante a 3ª Invasão Francesa”, pelo coronel Rui Moura, e pela docente universitária Maria Antónia Lopes, respetivamente.
Além de uma sessão solene, a celebração compreende ainda a inauguração de uma exposição do Instituto Cartográfico do Exército, intitulada “Cursos e Percursos para o Mar Oceano”, e um concerto pela Banda Sinfónica do Exército, que interpretará temas da época, de Marcos Portugal, João Bontempo, José Biscaia, Beethoven e Shubert.
O major-general Adelino de Matos Coelho, diretor de História e Cultura Militar, que hoje participou na sessão de apresentação do programa das comemorações, recordou que Coimbra, pela sua posição central, teve um papel de grande importância na libertação.
Maria José Azevedo Santos, vic e-presidente da Câmara de Coimbra e responsável pelo pelouro da Cultura, recordou o relevante papel da Universidade, quer através do Batalhão Académico, quer na produção de pólvora para as forças de libertação.
Em 1808 com o apoio de lentes de todas as faculdades foi criado Batalhão Académico, extinto em abril de 1811. Na sua primeira ação obteve um êxito retumbante, ao libertar o Forte de Santa Catarina das forças francesas, permitindo o desembarque do contingente inglês na Figueira da Foz.
A libertação dos fortes da Nazaré e Peniche e a participação na reconquista do Porto foram outras intervenções do Batalhão Académico consideradas estratégicas na resistência às Invasões Francesas.
Maria José Azevedo Santos, que é igualmente diretora do Arquivo da Universidade de Coimbra, recordou uma carta de 1810 ao vice-reitor em que o amargurado lente Tomé Rodrigues Sobral conta a destruição da sua casa por um incêndio ateado pelas tropas do general Massena.
Tomé Rodrigues Sobral era diretor do Laboratório Chimico, hoje Museu da Ciência da Universidade, e nele fabricava a pólvora e outras munições para os exércitos libertadores, e “os franceses não lhe perdoaram”.(Correio Minho)
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