A criação de gabinetes de informação do Exército nas câmaras municipais, para facilitar o recrutamento e apoiar ex-militares, é o objetivo de um protocolo hoje assinado em Viseu entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e o Exército.
O protocolo, assinado pelo presidente da ANMP, Fernando Ruas, e pelo Chefe de Estado-Maior do Exército, general Pinto Ramalho, incide, numa primeira linha, na facilitação de recrutamento continuo de voluntários para as fileiras do Exército português.
Com este acordo, assinado no Regimento de Infantaria (RI 14), as autarquias, como sublinhou Fernando Ruas, disponibilizam o seu esforço, não só para apoiar o Exército mas também como instrumento de apoio aos jovens que buscam alternativas para a sua vida profissional.
Por sua vez, Pinto Ramalho sublinhou que o documento hoje assinado consolida um objetivo que vem de 2006 e que dá corpo a uma visão de “ligação estreita e transparente do Exército à sociedade portuguesa”.
Os gabinetes que vão ser criados nos municípios que aderirem vão integrar militares ou funcionários que vão receber formação específica dada pelo Exército.
E o objetivo passa, sobretudo, como apontou o Chefe de Estado Maior, por “facilitar o acesso dos jovens à informação disponível, mas também aos ex-militares que tenham assuntos a resolver.
Questionado sobre se este protocolo, que tem as questões do recrutamento no topo das prioridades, revela a constatação de dificuldades na atração de jovens para as fileiras do Exército, Pinto Ramalho optou por sublinhar a questão da proximidade e da ligação à sociedade.
Admitiu, no entanto, que também o Exército vive as contingências da diminuição de recursos provocada pela situação do país, dando como exemplo o facto de no último ano terem diminuído de 10 para sete as incorporações anuais.
A primeira autarquia a aderir a esta iniciativa do Exército foi Cabeceiras de Basto, estando atualmente próximo das duas dezenas os gabinetes já instalados. Viseu, disse Fernando Ruas, que também preside a esta autarquia, vai aderir em breve.
O objetivo é, segundo Pinto Ramalho, chegar ao maior número de câmaras possível, com destaque para aqueles municípios onde a informação pode chegar com menos facilidade, nomeadamente os do interior do país.
As condições de prestação do serviço militar, seja em regime de voluntariado, seja em regime de contrato, bem como questões relacionadas com o recenseamento militar, as certidões militares ou a contagem de tempo militar, são os principais serviços a prestar por estes gabinetes instalados nas autarquias.
E se o Exército se compromete a formar os recursos humanos das câmaras e disponibilizar material ou empenhar-se em eventos de carácter diverso para divulgar o projeto, as autarquias obrigam-se a, entre outros, divulgar gratuitamente nos seus meios, a sua existência. (I)
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