18 de maio de 2011
Equipas cinotécnicas das forças de segurança e armadas em competição em Ovar
Trinta e oito equipas cinotécnicas da Força Aérea, Exército, GNR e PSP participam, até amanhã, na 8ª edição do Kanicross, em Ovar, competição que avalia o desempenho da parceria homem/cão nas operações de segurança e defesa dessas entidades, noticia a agência Lusa.
Na prática, 30 homens e oito mulheres percorrem com os seus cães um percurso de oito quilómetros em que ambos têm que superar 21 obstáculos com vários graus de dificuldade -- desde saltar um muro com cerca de metro e meia de altura, até atravessar um túnel com água ou cortar a nado uma piscina para atacar um suposto malfeitor. A iniciativa é organizada pelo Centro de Treino Cinotécnico da Força Aérea, que funciona na base de Maceda.
O comandante da estrutura explicou à Lusa que "esta é uma forma de avaliar o trabalho que essas equipas desenvolvem para as entidades a que estão associadas", sobretudo ao nível da "vigilância de instalações, do policiamento de ordem pública e da deteção de explosivos ou estupefacientes". "No caso das 22 equipas da Força Aérea", lembrou João Mesquita, "estão todas destacadas para fazerem a guarda das instalações onde estão colocadas e a vigilância das aeronaves que aí existem".
Função idêntica têm as oito equipas cinotécnicas que participam no Kanicross em representação do Regimento de Lanceiros e da Escola de Tropas Pára-quedistas do Exército, enquanto as oito duplas da GNR e da PSP estão mais vocacionadas para o policiamento de ordem pública.
João Mesquita garante que os obstáculos que esses militares enfrentam em Ovar com os seus pastores alemães, belgas e holandeses - hoje em exercícios de treino e quinta-feira na prova oficial - "assemelham-se às dificuldades que essas equipas de guarda podem enfrentar no seu dia-a-dia de trabalho".
O percurso da prova respeita, aliás, os critérios do International Canine Biathlon, o exercício que anualmente reúne na Alemanha as equipas cinotécnicas das forças armadas e militarizadas dos países que integram a NATO -- Organização do Tratado do Atlântico Norte. Para João Mesquita, trata-se, portanto, de "investir na preparação de um recurso que funciona melhor quanto melhor é a proximidade entre homem e cão".
Se ao primeiro se exige, para estas funções de segurança e defesa, o gosto por animais, a apetência para trabalhar especificamente com canídeos e o "sangue frio para domesticar a diferentes ritmos um cão que tem necessariamente que revelar alguma agressividade", ao animal pede-se, por sua vez, uma morfologia sã, equilíbrio e "alguma robustez e porte físico, para que possa surtir um efeito dissuasor em qualquer ameaça".
No terreno, a sensibilidade do animal e a autoridade do dono farão o resto. "E quanto maior for a vontade do treinador em ensinar o seu cão, mais ele lhe poderá pedir quando estiverem a trabalhar".
Centro de treino cinotécnico da Força Aérea comemora 25 anos
O centro de treino cinotécnico da Força Aérea, no Aeródromo de Manobra N.º1, em Maceda, Ovar, assinala amanhã 25 anos de actividade, no âmbito dos quais já preparou 1.278 equipas - sempre constituídas por um militar e um cão. O capitão João Mesquita, comandante do centro de treino, explicou à Lusa que "isso representa a um total de 68 cursos de Guarda" para os militares que fazem o policiamento das estruturas da Força Aérea em todo o país.
Com uma duração média de 10 semanas e envolvendo sobretudo pastores alemães, pastores belgas e labradores, a formação está disponível em duas vertentes: o curso de tratadores e treinadores de cães militares e o de monitores de cães de detecção e busca de explosivos ou estupefacientes.
Uma vez preparadas, as equipas cinotécnicas ficam depois afectas ao desempenho de uma série de tarefas de vigilância nas instalações da Força Aérea, entre as quais a segurança a hangares, aeronaves e paióis, e a deteção de substâncias estupefacientes ou explosivas em edifícios, aeronaves e viaturas.
"Na maioria das vezes, estão em causa áreas muito extensas de terreno e, se recorrêssemos apenas a homens, a vigilância desses espaços seria muito complicada", declarou João Mesquita. Como um cão tem capacidades mais desenvolvidas, "faz uma cobertura muito melhor de toda a base, porque deteta facilmente a presença de um estranho ou um ruído fora do normal".Nessa situação, "o tratador só tem que largar o animal e deixá-lo correr para fazer o seu trabalho", o que, no caso de um intruso, significa "imobilizá-lo até que o militar chegue ao local".
Actualmente com 64 canis, o centro de treino cinotécnico da Força Aérea dispõe em permanência de uma equipa para detecção de droga e também de duas para detecção de substâncias e engenhos explosivos É também nessa estrutura que a Força Aérea mantém a sua equipa de demonstração cinotécnica, que, só em 2010, realizou 54 exibições em várias localidades do país, a convite de entidades de diversa ordem. (JN)
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