A construção do segundo navio patrulha para a Marinha, por concluir nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) desde 2011, foi retomada esta semana e envolve cerca de dez meses de trabalho.
A informação foi avançada hoje à agência Lusa por fonte do ministério da Defesa Nacional, acrescentando que nesta altura já decorrem trabalhos de decapagem do casco do navio, que há cerca de um ano está em doca seca, na empresa.
"Os trabalhos foram retomados esta semana e deverão estar concluídos dentro de cerca de dez meses", disse a fonte do ministério liderado por José Pedro Aguiar-Branco.
O NRP Figueira da Foz, o segundo da classe Viana do Castelo, integra uma encomenda, feita em 2004 pelo Ministério da Defesa aos estaleiros daquela cidade, de oito Navios de Patrulha Oceânica (NPO), cada um com um custo de 50 milhões de euros, para substituir a frota de corvetas, com 40 anos de serviço.
A encomenda foi, entretanto, revogada em Conselho de Ministros e a resolução publicada em setembro último em Diário da República, anulando a encomenda dos restantes 6 NPO e 5 Lanchas de Fiscalização Costeira (LFC), negócio avaliado em 400 milhões de euros, com vista ao reequipamento da Marinha.
Fonte governamental explicou à agência Lusa que esta revogação "pretende salvaguardar o interesse do Estado" no processo de reprivatização dos ENVC, tendo em conta tratar-se de um compromisso que implicaria pagamentos na ordem dos 57 milhões de euros em 2013 e 38 milhões de euros no ano seguinte.
Além disso, o projeto destes navios "permanecerá na propriedade do Estado", explicou a mesma fonte, numa altura em que o Governo admite concluir o processo de reprivatização dos ENVC até final do ano.
Com esta revogação será apenas concluída a construção do segundo patrulha, o NRP Figueira da Foz, e do primeiro, o NRP Viana do Castelo, já entregue à Marinha mas ainda em período de garantia.
O primeiro 'patrulha', NRP (Navio da República Portuguesa) Viana do Castelo, foi entregue em abril de 2011 e já soma 1.500 horas de serviço, enquanto o segundo deveria ter chegado em setembro do mesmo ano.
A construção esteve parada até agora por falta de recursos financeiros dos estaleiros para adquirir material, com fontes da empresa a garantirem que são necessários entre seis a oito milhões de euros para a sua conclusão.
Estes novos 'patrulhas', com desenho próprio dos ENVC, têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas e uma tripulação de 38 elementos, além de poderem transportar um helicóptero Lynx.
Concebidos como navios militares não combatentes, podem ser utilizados para fiscalização, proteção e controlo das atividades económicas, científicas e culturais ligadas ao mar.
A Marinha portuguesa opera atualmente com seis corvetas, distribuídas pelas classes Baptista de Andrade e João Coutinho, com 40 anos de operação, mas duas destas estão nesta altura inoperacionais.
Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário
Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.