30 de outubro de 2012

SUBMARINO ARPÃO INTEGRADO NA SNMG2

Atracou ontem, 2ª feira 29 de outubro, no Porto de Cartagena, sul de Espanha, o submarino português Arpão após ter cumprido mais uma longa patrulha de combate ao terrorismo integrado na força-tarefa permanente da Aliança Atlântica nº2 no Mar Mediterrâneo.
O Arpão havia largado do Porto de Palma de Maiorca a 12 de outubro em direção à uma nova área de patrulha, integrado, pela 2ª vez, numa missão de combate ao terrorismo no Mediterrâneo. Esta patrulha viria a terminar em 29 do mesmo mês tendo o submarino cumprido mais de 345 horas de navegação discreta, sempre em imersão e percorrido 1355 milhas, o que corresponde a mais de 2500 kms. No decurso desta patrulha antiterrorismo o submarino Arpão reportou e monitorizou a presença e atividade de mais 1500 navios de diferentes tipos entre militares não-NATO e não militares. Deste processo de monitorização resultaram o registo e relato de 71 contactos de interesse. Este período de 19 dias de patrulha constituiu mais um relevante desafio para a guarnição, dada a intensa atividade a que foram sujeitos.
A realização de atividades de recolha discreta de informações, para mais em áreas onde operam frequentemente submarinos não-NATO, exige a capacidade de manter elevados níveis de atenção econcentração. Sustentar uma unidade naval submarina, pronta, por um tão longo período de tempo junto a uma costa não-NATO, ainda que sempre em águas internacionais, constitui um enorme desafio para todos os envolvidos, pois em qualquer momento da patrulha, contrariando a normalidade e rotina da recolha de informações, o navio pode entrar em contacto com meios militares de superfície ou sub-superfície, de elevado interesse, elevando muito substancialmente os níveis de adrenalina. Seguramente devido ao engenho e arte da guarnição tudo decorreu bem no decurso desta importante patrulha, integrado na SNMG2. O tempo, esse, passou a voar neste "deployment" no Mar Mediterrâneo e foi com elevado sentir de dever cumprido que realizamos mais uma importante fase desta missão, a visita ao Porto de Cartagena.
A relação entre os submarinistas espanhóis e portugueses conta com muitos anos e longa tradição, pelo que, a ida pela 1ª vez de um submarino desta Classe à cidade berço dos submarinos de Espanha constitui seguramente um marco inesquecível para todos nós. Ainda estão bem presentes os longínquos anos 70 quando os submarinistas espanhóis aproveitaram o facto de Portugal ter recebido os submarinos da então Classe Albacora, adquiridos pelo Estado Novo, para preparar e treinar as suas futuras guarnições uma vez que também o Estado Espanhol se encontrava a adquirir submarinos da mesma Classe.
O submarino Arpão vai permanecer em Cartagena até ao dia 1 de novembro partindo em seguida com destino à Base Naval de Lisboa após 71 dias de missão, dos quais 64 em patrulha, tendo visitado 3 portos de países aliados. Como é apanágio das Forças Armadas Portuguesas, quer em missões nacionais quer em missões destacadas no estrangeiro, a missão do submarino Arpão deixou um profundo sentido de dever cumprido, e valorizado pela apreciações das altas entidades militares responsáveis pela missão, bem como pelo facto de este submarino ser operado pela Marinha há apenas 18 meses, já obtendo um elevado aproveitamento do investimento realizado pelo Estado Português. Recorda-se que Portugal possui a maior área marítima da Europa e a 11ª a nível mundial à frente de países como a China e a India.(EMGFA)

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