29 de novembro de 2018

Governo assinala 3 anos com a iniciativa “soldado do futuro”

(Defesa)O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho recebeu o Primeiro-Ministro, António Costa, esta manhã na Universidade do Minho (UM) em Braga, um dos parceiros do “Soldado do Futuro”.

Nesta iniciativa estavam expostas viaturas, fardamento, sistemas de carga, sistemas de proteção e postos de comando, os projectos das empresas parceiras que constituem os sistemas de combate do “Soldado do Futuro” que incluí equipamentos de proteção, fardamento e sistemas de carga, sistemas de comando e controlo, comunicações, computadores e informação.

Após a visita, em declarações aos jornalistas, o Ministro da Defesa sublinhou o interesse do projecto em que “aqui se vê como se pode fazer uma aliança entre as necessidades de proteção dos nossos soldados que vão muitas vezes para ambientes adversos, não permissivos e precisam de ter toda a proteção possível e desenvolve-se aqui ao longo dos últimos anos, onde tem havido um investimento para melhorar a capacidade de proteção dos nossos soldados, através de equipamentos inovadores, muito ligeiros e muito protectores e isto acontece através de uma aliança, com a investigação, o sistema nacional de investigação, e temos excelentes investigadores aqui na Universidade do Minho e outros pontos do país e uma capacidade empresarial inovadora também”.

“Portanto é um circulo virtuoso que permitirá, não só habilitar e capacitar melhor os nossos soldados, protege-los melhor que é a nossa primeira obrigação, mas permite também desenvolver novas aplicações e criar novas possibilidades de exportação e novas possibilidades de utilização destes materiais para fins civis” acrescentou o Ministro da Defesa.

João Gomes Cravinho enalteceu que “são tecnologias portuguesas pensadas para o ambiente e necessidades portuguesas num primeiro momento e pensadas para as possibilidades de internacionalização num segundo momento”.

O Ministro da Defesa referiu que “a indústria mais relacionada com a proteção” a que “nós temos aqui, não tanto as indústrias letais, são mais as de proteção”, onde “por exemplo a indústria automóvel pode beneficiar dos mecanismos das blindagens que estão a ser desenvolvidas com materiais muito leves para” as viaturas blindadas de rodas Pandur “mas que podem vir a ser utilizadas e incorporadas em automóveis normais de uso civil”.

Questionado sobre a possibilidade da utilização, por parte das Forças Armadas Portuguesas, da utilização destes equipamentos, o governante afirmou que “o 8º contingente que está no Iraque, de quem me despedi há poucas semanas, já está a utilizar este equipamento, os novos fardamentos que foram desenvolvidos primeiro no ambiente de laboratório e num segundo momento testados aqui pelos nossos Comandos e Para-quedistas, enfim, forças com maior grau de exigência e agora, terceiro e último momento do teste, na prática, no terreno, no Iraque”.

Após esta visita no Campus de Gualtar da UM, o Primeiro-Ministro e o Ministro da Defesa Nacional dirigiram-se para a Reitoria da universidade, no centro da cidade, outra das iniciativas destes três anos da Legislatura, para uma sessão de perguntas ao Primeiro-Ministro onde estiveram presentes outros membros do Governo.

Sobre o “Soldado do Futuro”

“Sistemas de Combate do Soldado” é um dos sete projectos estruturantes da proposta de Lei de Programação Militar aprovada esta quinta-feira, 22 de Novembro, em Conselho de Ministros.

A Defesa Nacional, o Exército, a Academia e a Indústria nacional uniram-se para melhorar a proteção dos soldados e a eficácia da sua missão, o que vai ao encontro da aposta no factor humano como directriz política de defesa nacional. O fardamento e o equipamento de proteção individual, produzidos exclusivamente por empresas nacionais, já estão a ser utilizados no Iraque pelo 8º contingente, que partiu a 5 de Novembro. Estes equipamentos iniciarão a fase de produção em larga escala em 2019, sendo estimada a sua distribuição em 2020.

Este projecto visa dotar o soldado português de equipamentos de alta tecnologia, que faz com que esteja nos mais altos patamares do desenvolvimento tecnológico na área, em termos de segurança e conforto, para que possa atingir os melhores desempenhos, mesmo em condições extremas, apelidado de “soldado do futuro” devido ao patamar elevado de tecnologia que atingem os equipamentos utilizados.

Trata-se de um projecto que conjuga a experiência operacional do Exército, o conhecimento científico e a tecnologia portuguesa, potenciando a economia e o emprego qualificado.

Este projecto de Sistemas de Combate do Soldado abrange ainda equipamentos de comando e controlo, comunicações, computadores e informações, sensores e auxiliares de pontaria.

As parcerias de empresas, academias que contribuem para esta evolução nos sistemas e nos equipamentos constituem-se como grupos tecnológicos e destacamos o CITEVE, que é um Centro Tecnológico, organização privada sem fins lucrativos, sediado em Vila Nova de Famalicão e com delegações comerciais em vários países e que disponibiliza as empresas do Sector Têxtil e do Vestuário, principalmente PME (90%), um portefólio de serviços que inclui ensaios laboratoriais, certificação de produtos, consultoria técnica e tecnológica, I&D+inovação, formação, moda e design.

O AuxDefense é um projecto financiado pelo Ministério da Defesa Nacional que tem como objectivo o desenvolvimento de equipamentos de proteção individual avançados com elevada resistência ao impacto, corte e perfuração e de componentes de equipamentos militares (compósitos) com excelente resistência ao impacto.

Deste projecto resultou a criação de produtos inovadores, incluindo coletes e capacetes balísticos e fardamento de combate como joelheiras e cotoveleiras, recorrendo a estruturas com comportamento auxético.

A Critical Software é uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções de software e serviços de engenharia de informação para o suporte de sistemas críticos orientados à segurança, à missão e ao negócio de empresas.

Em 15 de Setembro de 2014, o Exército Português e a Critical Software constituíram um consórcio com a Marinha, a Autoridade Marítima e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento – Lisboa, para apresentação de uma candidatura à Call I&D da Defesa – 2014 com o projecto “Produto de Conhecimento Situacional para baixos escalões, Tecnologia de duplo uso TRL 8”. Em 12 de Outubro de 2015, foi assinado o protocolo entre o consórcio do projecto BMS - Battlefield Management System & EMM – Emergency Mobile Mesh e o Ministério da Defesa Nacional, com um horizonte temporal de desenvolvimento até 2018.

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