Foi a 5 de Outubro, do ano de 1143, que Afonso VII de Castela e Leão reconheceu a independência do Condado Portucalense, com a assinatura, na cidade de Zamora, um tratado de paz.
O Tratado de Zamora foi também assinado por D. Afonso Henriques, o soberano do novo Estado. A oficialização do documento culminou dois dias de conversações de paz que os dois primos mantiveram muito por influência do então Arcebispo de Braga, D. João Peculiar. Ao longo dos séculos, contou-se também que o prelado coroaria, nesse mesmo ano, D. Afonso, em Lamego, mas este nunca foi um facto reconhecido pelos historiadores.
Nas conversações e na cerimónia de assinatura do Tratado de Zamora esteve presente um enviado do Papa, D. Guido de Vico, cardeal italiano. A Santa Sé estava preocupada com o conflito mantido pelos dois primos, ambos líderes cristãos. Essa divisão era vista como uma fraqueza face aos mulçumanos que habitavam territórios da Península Ibérica e tinham ambições expansionistas.
Antes de Zamora, Afonso Henriques já usava o título de "rei". Fazia-o desde a vitória na Batalha de Ourique, em 1139, pelo que foram precisos quatro anos para obter o reconhecimento da outra parte.
A data de 1143 é, assim, apontada, como a da fundação da nacionalidade, embora fosse preciso esperar mais de 30 anos por outro reconhecimento fundamental - o do Papa. Esse viria a consumar-se em 1179, com a bula Manifestis Probatum, assinada por Alexandre III. (Rádio Renascença)
Parabéns ao autor pela dedicação neste blogue, e que continue por muito tempo.
ResponderEliminarVIVA PORTUGAL
Uma data de longe mais importante que um certo disparate ontem comemorado na CML. Nem sei como admitem as FA uma coisa destas!
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