Membro fundador da Aliança Atlântica, Portugal, acompanhou e participou em todo o processo que trouxe a organização da “Guerra Fria” até aos nossos dias. 61 anos depois da assinatura do tratado de Washington, a participação portuguesa em missões da NATO é de 484 militares, repartidos por dois principais teatros: Afeganistão e Kosovo.
Portugal acompanhou e participou em todo o processo que trouxe a organização até aos nossos dias, o que implicou reformas a vários níveis, que se traduziram em novas missões da NATO, definidas a partir do Conceito Estratégico de 1991.
É precisamente neste quadro das novas missões da aliança que se materializa a participação portuguesa nas forças da NATO na Bósnia. A participação portuguesa revela-se com o envio de um batalhão da Brigada Aerotransportada Independente, no total cerca de 935 elementos.
Afeganistão, missão de alto risco
Nesta altura, a contribuição portuguesa que mais se destaca é no Afeganistão, não pelo número de militares, já que no Kosovo é maior, mas pela perigosa situação do país e o risco que isso implica para as tropas estrangeiras.
As capacidades e valências no Afeganistão passaram, a partir de Outubro deste ano, a representar um efectivo mais pequeno, dividido por equipas de formadores/instrutores, por uma OMLT (“Operational Mentor and Liaison Team”) de Guarnição, a OMLT da Cabul Capital Division; o Módulo de Apoio, entre outros.
A contribuição portuguesa na Força Internacional de Segurança (ISAF) é de 182 homens e mulheres, contingente que por decisão política mudou de forma e de objectivo, refere o coronel António Salgueiro, comandante do contingente português no Afeganistão.
A missão é de treinar, ensinar e tutorar as unidades do Exército Nacional Afegão, servir como elo de ligação e de comando e controlo entre a ISAF e as forças armadas afegãs.
A missão nacional no Afeganistão começou em 2002. Nesse ano Portugal contribuiu com uma equipa sanitária, composta por elementos dos três ramos das Forças Armadas, e com um destacamento de C-130 durante quatro meses.
Já sob comando da NATO, Portugal retoma a sua participação na ISAF em 2004. Em 2005 Portugal foi líder do Grupo de Comando do Aeroporto de Cabul durante quatro meses, enviou um grupo de controladores aéreos avançados da Força Aérea e deu início à contribuição de uma força de reacção rápida constituída por uma companhia de infantaria do Exército, que viriam a operar continuamente no Afeganistão durante três anos.
No ano de 2009 o contingente volta a ser reforçado com uma nova OMLT mas de Divisão, para assessorar o exército afegão depois, em Julho, com o envio de uma equipa médica para o Hospital militar em Kaia e, finalmente, com um C-130 em apoio ao processo eleitoral que decorreu naquele país. Já em 2010 Portugal voltou a colocar no Afeganistão uma força de reacção rápida, que deu depois a vez a um grupo de formadores/instrutores.
Ao longo dos anos Portugal ganhou prestigio, refere o coronel António Salgueiro.
Portugal tem participado regularmente com militares dos três ramos das Forças Armadas para o esforço internacional no Afeganistão, tendo já passado por aquele teatro de operações mais de 2000 homens e mulheres.
Missão portuguesa no Kosovo desde 1999
A pedido da NATO, alterou a sua participação naquele território, mas no Kosovo também se avizinham mudanças. Para já é uma missão de reserva preparada para intervir em caso de instabilidade no território, refere o tenente-coronel Abreu, comandante do contingente português no Kosovo.
Portugal participa na KFOR desde 1999, funcionando há vários anos como reserva táctica do comandante da missão, com um batalhão de cerca de 300 militares.
A missão genérica do agrupamento português era a de estabelecer uma presença permanente em toda a área de responsabilidade e, se necessário, impor o acordo com a Jugoslávia para a retirada das suas forças do Kosovo. Em Abril de 2001, o agrupamento português retira definitivamente do Kosovo seguindo-se em Agosto o destacamento de operações especiais.
Entre Fevereiro de 2003 e Abril de 2004, as Forças Armadas Portuguesas participaram na KFOR com duas ambulâncias e cinco militares, actuando no aeroporto de Pristina.
A presença portuguesa tem sido bastante elogiada. A atitude e profissionalismo dos portugueses é apreciada pelos comandantes militares, mas a missão é sempre de garantir a estabilidade, refere o comandante do contingente português.
Recentemente o ministro da Defesa disse que na próxima Primavera Portugal irá reduzir, substancialmente, o seu contingente na missão da NATO no Kosovo, acompanhando a decisão tomada recentemente pela organização. Augusto Santos Silva não quis dizer qual será a forma que irá assumir a participação portuguesa na missão da KFOR, refere apenas que haverá uma redução muito significativa.(RR)
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