Manecas dos Santos, comandante dos mísseis do PAIGC e da sua frente norte, esteve na batalha de Guidage contra os páras de Moura Calheiros
O coronel Moura Calheiros, que em Maio de 1973 comandou a operação de ajuda aos militares cercados pelo PAIGC no norte da Guiné, convidou o chefe dos seus inimigos naquela batalha para o lançamento do livro "A última missão".
"O livro é todo baseado em documentos ou depoimentos. É a história real de uma missão", em 2008, para recuperar os corpos de três jovens pára-quedistas mortos nesses combates em Guidaje e que lá ficaram enterrados, "onde fui recordando factos que aconteceram" durante a guerra colonial, conta Moura Calheiros ao DN.
O livro "A última missão", que é lançado segunda-feira na Academia Militar (Amadora), contará com a presença do comandante da frente norte do PAIGC - e responsável pela artilharia, incluíndo mísseis - que liderava o cerco à guarnição portuguesa de Guidage.
Nessa operação morreram quatro pára-quedistas, três dos quais foram recuperados em 2008 pela Liga dos Combatentes e trasladados para Portugal.
A obra, com cerca de 600 páginas, visa "homenagear os soldados que combateram na guerra colonial em África, prestada na figura dos três rapazes que fui buscar a Guidage" há dois anos, adianta o coronel reformado.
No livro "chamo a atenção para o papel de muitos militares (os sapadores que picavam as minas, os tripulantes das lanchas, condutores dos rebenta-minas) cujo trabalho tem sido ignorado e que também tem direito a ficar na história", enfatiza ainda Moura Calheiros.
A par dessa atenção "aos heróis desconhecidos" da guerra colonial, são feitas algumas "correcções na história" dominante sobre essa época, refere o militar, admitindo que "A última missão" possa causar polémica em função das "diferentes formas de interpretar" os factos registados. (DN)
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