20 de janeiro de 2019

Para-quedistas enfrentam novamente bolsas de resistência armada em Bambari

(Emgfa)Os para-quedistas portugueses viram-se novamente envolvidos em confrontos em Bambari, entre os dias 17 e 19 de Janeiro, por forma a repelir bolsas de resistência de combatentes que se reagruparam na cidade a fim de reconquistar as posições perdidas nas últimas semanas. Estas acções ocorrem após os violentos combates que se iniciaram no passado dia 10 e depois se estenderam a Bokolobo, principal bastião e posto de comando do grupo rebelde ex-Seleka UPC (União para a paz na República Centro-Africana), 60 km a sudeste de Bambari.

Nas imagens obtidas pelos veículos aéreos não tripulados da missão militar da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) e pelos drones da força portuguesa, foi possível observar a movimentação de 30 a 40 combatentes da UPC que recorreram às armas para impedir o avanço das tropas especiais portuguesas. Não conseguindo esse objectivo, bateram em retirada para o interior da selva em busca de refúgio.

Em resultado das operações da Força de Reacção Rápida portuguesa, foram destruídas 8 viaturas pick up armadas com duas metralhadoras pesadas, capturadas 11 granadas antitanque de lança granadas foguete (RPG), espingardas automáticas, armas artesanais, uniformes e documentação.

Os para quedistas portugueses capturaram também 5 elementos da UPC, sendo um deles presumivelmente pertencente à estrutura de liderança do grupo armado.

Durante as operações foram novamente empregues as viaturas blindadas de rodas PANDUR e fogo de apoio contra o grupo opositor, por forma a conferir aos militares portugueses maior proteção durante a tomada dos locais de concentração dos elementos da UPC.

A actuação dos capacetes azuis portugueses, que têm apoiado as Forças Armadas Centro-Africanas e as autoridades locais, cumpriu os objectivos militares da MINUSCA, para repelir os rebeldes afectos à UPC, não estando no entanto postos de parte novos confrontos caso surja nova tentativa de retornarem à cidade de Bambari.

A operação em curso “Bambari sem grupos armados e armas”, manter-se-á nos próximos dias por forma a assegurar em simultâneo a segurança da população civil, o reforço da autoridade do Estado em Bambari, e impedir que os rebeldes se misturem com a população e ocupem de forma ilegal as suas habitações.

A cidade de Bambari é um ponto de acesso essencial aos locais onde se situam importantes recursos minerais e por onde passa a maior parte do tráfego rodoviário em direcção à capital Bangui e aos sectores nordeste e este do país. Ao longo do conflito, Bambari tem sido palco de violentos combates contra a presença das autoridades locais, capacetes azuis e entre grupos armados que disputam entre si o controlo da região, para efectuaram cobrança ilegal de impostos aos transportes de mercadorias e à população local.

Portugal contribui para o esforço internacional de manutenção da paz na República Centro-Africana desde o início de 2017, com uma companhia de tropas especiais do Exército português, a operar a partir da capital Bangui como Força de Reacção Rápida.

A actual Força Nacional Destacada é maioritariamente composta por tropas especiais para-quedistas do 2º Batalhão de Infantaria Para-quedista, que conta agora com um efectivo total de 180 militares.

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