(MGP)O navio de patrulha oceânico Viana do Castelo atracou ontem, dia 30 de Setembro, na Base Naval de Lisboa, após um intenso período durante o qual navegou cerca de 5.800 milhas náuticas, realizando acções de monitorização a navios de pesca numa área com cerca de 2.700.000 Km2, em águas internacionais no Atlântico Noroeste, denominada por área da convenção North Atlantic Fishing Organization (NAFO).
Para esta missão, realizada ao longo de todo o mês de Setembro, o navio contou com uma guarnição de 46 militares, à qual acresce quatro inspectores, sendo dois inspectores de pescas da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), um inspetor de pesca da entidade homóloga da Estónia e um coordenador da Agência Europeia de Controlo de Pescas (EFCA).
Ao longo dos anos, a Marinha Portuguesa tem empenhado meios navais para o desenvolvimento da actividade de monitorização da pesca na área NAFO, com inspectores comunitários e da DGRM, garantindo os compromissos assumidos por Portugal, naquela área do globo.
A participação dos navios da Marinha Portuguesa nesta parceria contribui para a protecção do ecossistema marinho e, consequentemente para a salvaguarda de um desenvolvimento económico sustentável. Desta forma, a Marinha contribui para a redução do impacto ambiental negativo que a pesca abusiva acarreta, numa região que hoje se constitui como importante fonte de alimento mundial – o fundo do mar dos Grandes Bancos da Terra Nova.
O navio realizou uma paragem logística em St. John's, um porto cuja história é indissociável das
campanhas da frota portuguesa de pesca à linha do bacalhau no mar da Terra Nova e na Gronelândia. Foi, até ao início dos anos 70, abrigo para milhares de pescadores portugueses, e paragem obrigatória para o reabastecimento de isco fresco, mantimentos, água e combustível. A visita a St. John's revestiu-se de significado especial, pela carga emocional e relevância histórica da ligação desta terra longínqua a Portugal.
A missão foi concluída com a consciência de que a Marinha, através do NRP Viana do Castelo, patrulhou e apoiou a fiscalização nos Grandes Bancos da Terra Nova, dando também um contributo positivo e determinante para reforçar os laços existentes entre Newfoundland and Labrador e Portugal, assim como, manter viva a memória dos pescadores da “Portuguese White Fleet", cuja existência constitui parte significativa da nossa história.
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